Convocação aos estudantes e toda a população a se integrarem à Marcha Nacional da Periferia

21/11/2013 18:25

                                              

DCE – UFMA , na sua atual gestão “Ninguém Pode Nos Calar” convoca os estudantes e todos as entidades do movimento sindical e social a se integrarem à Marcha Nacional da Periferia, que em São Luis será realizada no dia 22 de Novembro na Praça Deodoro, em frente a Biblioteca Benedito Leite.
A Marcha da Periferia foi realizada pela primeira vez no ano de 2006 pelo Movimento Hip Hop Organizado do Maranhão, “Quilombo Urbano”; e este ano tem como tema “Pelos Amarildos, da Copa eu abro Mão”. A marcha em 2013 coloca a cheque e denuncia aos altos investimentos do governo do PT para a realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, enquanto a violência e criminalização da juventude e população negra avança periferia adentro. A Marcha tem como um dos motes principais a pergunta que ecoou nos meses pós manifestações de junho: “Cadê o Amarildo?” como referência ao Caso do Pedreiro Negro, Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, depois de ter sido levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, no Rio de Janeiro. A realidade vivida pela família do Amarildo é a mesma em várias periferias do Brasil, onde o negro tem seus direitos negados por um Estado que só chega até às periferias na forma da Policia Militar.
No Maranhão não é diferente, acompanhamos recentemente os alarmantes casos de violência na cidade e os brutais casos de rebeliões nas penitenciárias do Estado, onde o número de mortos foi absurdo, e a sua grande maioria são negros, uma clara política de Estado para controle social da juventude negra e pobre.

Porquê construímos a Marcha da Periferia:

Vivemos no Maranhão, estado onde, segundo o IBGE a população negra chega a 74%, mas em contra partida na Universidade Federal do Maranhão, aproximadamente, apenas 3 % da comunidade acadêmica é composta por negros, um número que chega a ser irrisório para uma população negra tão expressiva, em um dos estados mais negros da federação.
Os dados afirmam a desigualdade social em que estão localizados os negros da nossa sociedade, a UFMA não é diferente.
Os casos de racismo infelizmente são recorrentes, esse ano mesmo vários foram os casos registrados, os quais sempre denunciamos. Ainda no mês de fevereiro estudantes do curso de artes foram descriminadas por um professor do Colun, e o DCE junto com os movimentos Sociais denunciou e repudiou tais atitudes, mais recentemente a estudante Letícia Rabelo foi vítima dentro do ônibus campus de atitude preconceituosa, em ambos os casos a ADM Superior da UFMA não se pronunciou, infelizmente são atitudes ainda recorrentes, mas que merecem ser repudiadas pelos movimentos sociais, pelos estudantes, Centros Acadêmicos e demais.
Além do mais o número de jovens que hoje estão nas universidades sequer chegam a 15% da juventude brasileira, sendo que nem metade desses estão nas universidades públicas. Infelizmente para a maioria dos jovens que ficam de fora das universidades resta subempregos (na melhor das hipóteses), onde são superexplorados, ou mesmo a criminalidade, como “alternativas de sobrevivência”. Como se não fosse o suficiente ainda sofrem com as drogas e a violência policial, e a maioria sequer sonha em entrar em uma universidade.
Essa realidade precisa mudar, o Governo tem que investir 10% do PIB na Educação Pública Já, para que a juventude negra das periferias tenha acesso a uma educação pública, gratuita e de qualidade. Essa mesma juventude precisa ter direito ao futuro, portanto, são necessários os investimentos em serviços públicos básicos e o enfrentamento contra o racismo institucionalizado da polícia, para garantir que a juventude seja o que quiser quando crescer.