Todo apoio à luta dxs estudantes do Campus Imperatriz

05/05/2014 11:29

Xs estudantes da Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz – Campus Avançado Bom Jesus, deflagraram greve estudantil no dia 08 de Abril de 2014 e, desde então, estão acampadxs no campus. A iniciativa foi dos cursos de Enfermagem e Engenharia de Alimentos após uma assembleia com a presença de muitos acadêmicos, no dia 09 de Abril, xs estudantes de Licenciatura em Ciências Naturais (LCN) tornaram o movimento mais forte e aderiram à greve. Dos cursos ministrados no campus Avançado, apenas o de Medicina não paralisou suas atividades, mas a estudantada apoia e considera legítimo o Movimento. A partir disso, a programação na Universidade tem sido feita de momentos político-culturais, sociais, esportivos e acadêmicos.

        A luta dxs estudantes do Bom Jesus é por transporte, ou seja, uma linha direta até a universidade, visto que o ônibus que faz a rota atualmente leva de 50 minutos a 1h comprometendo o horário das aulas. É também por alimentação no campus, é absurdo o valor de R$ 5,00 para a refeição, já que não foi implantado um RU e o restaurante atual é mantido por consórcio, quando na teoria, deveria ser licitado. Outra pauta é a água potável, ou, falta dela, pois desde a inauguração do campus o poço artesiano nunca foi construído. Quanto aos laboratórios, falta material básico, como luvas de procedimentos. Nos laboratórios de Engenharia de Alimentos, por exemplo, os próprios alunos precisam financiar a matéria prima se quiserem ter aula prática. O campus não conta com área de vivência, sendo que oferece cursos em horário integral. A Casa do Estudante também está na pauta de reivindicações, além de melhor qualidade da internet no campus.

        Por último, mas não menos importante um problema que assola quase todos os cursos da UFMA, a escassez de professores. Para que se tenha uma ideia o curso de Enfermagem hoje, possui apenas 6 docentes enfermeiros, estes trabalham exaustivamente a fim de suprir o desfalque no quadro de profissionais especializados.

        No campus Centro as condições estruturais e pedagógicas não são muito diferentes: auditório totalmente sucateado, sem mobiliário e equipamento de som e vídeo que possibilite o uso. Acervo bibliográfico inexistente. Um número considerável de discentes abandona o curso por falta de casa de estudantes, auxílio permanência e restaurante universitário.

        Motivadxs com o Movimento e dispostxs a também lutar por seus direitos, xs acadêmicxs do campus Centro decidiram, em assembleia aderir à greve. A priori, com o curso de Licenciatura em Ciências Humanas (LCH) no dia 25 de Abril. Nos dias 28 e 29 os cursos de Jornalismo e Pedagogia também paralisaram suas atividades.

        As consequências nefastas do Reuni começam a ficar a cada dia mais evidentes, o programa do Governo Federal que tinha como objetivo reestruturar as universidades ampliando o número de vagas e o numero de cursos alcança seu estágio mais avançado. As universidades brasileiras dobraram o número de matrículas, porém esta expansão não veio acompanhada de medidas que venham a garantir a qualidade da educação, como equivalente ampliação do número de docentes e servidores e a assistência estudantil que garanta a permanência dx estudante. A estxs resta encarar  todas as dificuldades de um programa que se preocupou com a quantidade e não com a qualidade. Os problemas enfrentados por professores e estudantes levaram a uma das maiores greves protagonizadas na educação do nosso país. Em 2012 mais de 50 universidades paralisaram suas atividades naquele movimento que durou mais de 3 meses. Agora em 2014, no ano da realização da Copa do Mundo no Brasil com gastos exorbitantes para a construção de estádios faraônicos, a iminência de retomada da greve na educação é cada vez mais forte. A situação a que passam xs estudantes de Imperatriz é a realidade da maioria dxs estudantes dos outros campi do continente que tentam realizar o sonho de se formar.

        Passados 23 dias de greve e ocupação do campus Avançado, a administração superior ainda mantem sua postura autoritária e intransigente e continua sem reconhecer a precariedade na qual xs estudantes estão inseridos. Natalino Salgado se nega a reunir com o movimento, ato já conhecido pelxs estudantes do Bacanga que em ocupação de reitoria em maio de 2013 denunciaram as atitudes antidemocráticas do REItor.

        Entretanto, como frutos de sua luta e resistência, algumas vitórias já foram conquistadas! No curso de Enfermagem professores foram chamados, seis no total. Destes, apenas um enfermeiro. Devido às manifestações, foi aberto um edital para mais seis professores efetivos.

Em reunião com a direção de centro, em São Luís, a Administração Superior propôs o subsídio de 50% do preço atual do restaurante no campus Avançado – Bom Jesus. Tendo em vista a necessidade dxs estudantes, tal proposta torna-se inviável. Mesmo assim o valor ficaria o dobro do que pagam, por exemplo, aqueles que estudam no Bacanga (onde o valor é de R$1,25).

Ademais, considerando a unificação dos campi, só desocuparemos os mesmos quando houver, de fato, resolutividade apara ambos. 

Todo apoio à luta dxs estudantes de Imperatriz!

RU acessível, Internet, Casa de Estudante e Transporte Público de Qualidade Já!

#NegociaNatalino!